TEMA - Grafites: entre vandalismo e a arte

Do cinza ao multicolorido

    Espalhadas entre muros e pilastras, o grafite se funde em meio a tantas pichações existentes e ganha por conta disso muitas críticas negativas. Entretanto, esses desenhos muitas vezes com grande caráter técnico, podem ser considerados uma forma de arte, uma vez que é um meio por onde se expressa sentimentos e manifestações em relação a um determinado assunto.

    Nessa perspectiva, os grafites vão além de simples desenhos e carregam com eles grande conteúdo informacional e sentimental. Isso porque quem o faz deseja expor nas paredes o que está sentindo, assim como ocorre com tantas outras exposições espalhadas nos museus. Todavia, a diferença entre essas pinturas é que as apreciações dos grafites não estão limitadas a uma parte da população, uma vez que não estão trancafiadas nas galerias, mas espalhadas nas ruas cobrindo o cinza dos muros.

    Nesse sentido, percebe-se uma outra característica do grafite – a de não ser segregador tanto para o público que observa, quanto, em especial, para quem o faz. Isso porque ele é um meio de absorver uma parte da população de baixa renda, uma vez que essas pinturas podem se transformar em trabalho. Isso ocorre devido ao posicionamento de empresas, por exemplo, as quais cada vez mais descartam a monocromia e optam pelos desenhos multicoloridos em suas paredes.

    Por outro lado, o grafite ainda é visto com preconceito, sendo marginalizado e confundido com as pichações. Isso ocorre, principalmente, por conta de muitas vezes serem feitos em espaços públicos e privados não autorizados, o que consequentemente o levará a ser apontado como vandalismo. Contudo, é preciso romper com essa visão preconceituosa e segregacionista.
   
     Percebe-se, portanto, que o grafite muito além de desenhos, pode ser considerado uma forma de arte, capaz de expressar o que o autor sente e atingir também quem o vê. Dessa forma, é preciso romper com a visão discriminatória e enxerga-lo com um grande potencial de exercer uma profunda função social, abrindo portas para quem precisa dele como meio de trabalho. Com isso, beneficia-se quem pinta e também a sociedade que passa a morar num ambiente menos cinza e mais multicolorido.




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